19 julho 2010

O escafandro e a borboleta


Eu tinha muita curiosidade de ver esse filme. Estava estudando na hora, mas tive que parar tudo porque simplesmente não conseguia me desligar do filme. Tão profundo, tão tocante, tão humano.

Conta a história de Jean Dominique Bauby que teve um AVC, sobreviveu mas ficou sofrendo de sindrome de encarceramento, onde ele perde o movimento de todo o corpo, menos do olho (no caso dele o esquerdo) mas mantém todas suas capacidades mentais. Como ele mesmo diz posteriormente, se sente boiando no mundo como se estivesse num escafandro, vendo tudo acontecer mas incapaz de se mexer.

Ele conta com o apoio da equipe do hospital com enfermeiros e fisioterapeuta que fazem grandes esforços para ele se sentir bem e continuar no tratamento. Uma das coisas que achei muito interessante  foi a insistência da equipe de enfermeiros para que a cada dia ele vestisse uma roupa diferente, o arrumavam ao inves de deixá-lo usando a mesma roupa de hospital pois acreditam que "Vestir uma roupa é bom para o estado de espírito" e acredito que com certeza faz uma diferença fundamental no ânimo da pessoa, se sentir bonita, especial a cada dia ao invés de se perder na mesmice do dia à dia, muitas vezes se achando sem razão para existir.

Outra profissional que achei muito importante no caso dele foi uma fonaudiologa que o ajudou a se comunicar  de um novo jeito. Como ele conseguia reagir ao mundo com os olhos usaram seu piscar de olhos para verbalizar, inicialmente uma piscada para "sim" e duas para "não", a partir dai ela passou a usar uma espécie de régua alfabética, onde estão todas as letras que conhecemos  não na sequencia tradicional mas dispostas pela frequencia de uso


E S A R I N T U L O M D P C F B V H G J Q Z Y X K W


(no caso no francês) então ela falava letra por letra e ele piscava quando fosse a letra que ele queria e ela escrevia num caderno o que era soletrado, possibilitando que ele "conversasse" com seus amigos e familiares que passaram a servir de interpretes inclusive para conversas telefônica.

"Nem todos agem da mesma maneira diante do código, como também se chama esse método de tradução de meus pensamentos."


 Essa nova forma de comunicação possibilitou que ele "escrevesse" o livro que inspirou esse filme, contando sua versão da história. Não resisti e tive que ler o livro também.

Nenhum comentário: