08 dezembro 2014

Abusos literários

Algumas pessoas são sem noção.
Agora pense em pessoas sem noção com um livro na mão.
Acrescente a isso o fato do livro não ser da pessoa.

Algumas situações esdruxulas que meus livros viveram ou já vi acontecendo com livros/revistas de amigos
  • gente que pega um livro emprestado, fica com ele por longo tempo, muitas vezes por anos, e não lê. Quem nunca passou por uma dessa? Se não vai ler, não pegue emprestado. Se está muito ocupado, não pegue emprestado. Se não é o seu estilo de livro, não pegue emprestado. Se descobriu qualquer uma dessas coisas só depois de uns dias, devolva! Imediatamente.
  • gente que pega livro emprestado e usa como apoio de copo ou protetor de bunda. Precisa explicar que não pode molhar ou sujar um livro, principalmente se não for seu? Que se você pegou um objeto emprestado você tem que devolver nas mesmas condições? Precisa explicar de novo ou quer que desenhe?
  • Já teve colega que ia ler uma simples revista (de outro colega) e falou "posso sublinhar? só sei ler sublinhando" Pelo menos pediu né?! Né não. Se não consegue perceber o absurdo da pergunta meu filho, tá dificil. É algum retardo mental que impede de ler se não sublinhar? Acho que não. Os textos técnicos que usei para produzir meu artigo e minha monografia eu tinha que marcar os trechos mais importantes, tinha que relê-los, resumi-los, analisar, etc. Meus livros em inglês faço um círculo nas palavras novas e sublinho expressões interessantes. Retardo mental meu? Pode até ser também, mas na verdade é um método de estudo. O que eu não entendo é o colega querer aplicar o método dele em qualquer coisa que leia, independente do tipo de fonte e da propriedade. Então compre um exemplar para sublinhar o tanto que convier. Se tem coisas tão, tão bacanas que você tem que destacar, compre um exemplar para você ou mesmo anote os trechos legais em um caderninho (ou blog). 
  • gente que escreve telefone das gatinhas no livro alheio. Livro não é bloco de anotações, principalmente o dos outros
  • gente que leva um livro consigo sem falar com o proprietário: Isso já me aconteceu várias vezes. Deixo alguns livros no apartamento que usamos para veraneio e que as vezes é cedido para amigos. Quantas vezes ao regressar falaram "ah, não sabia se você ia se importar, mas eu peguei um livro seu que achei muito interessante e não consegui terminar de ler lá".  Consigo entender o interesse obviamente, mas não consigo ver naturalidade em pegar nada de ninguém sem pedir autorização (antes). Tem algumas tipificações no código penal pra isso.
  • Chegar na casa dos outros e ficar remexendo na prateleira de livros assim na maior cara limpa.  Prefiro que mexam na geladeira. Acho invasiva ambas as ações. Ainda tem os que ao guardar embaralham os livros.
  • tem o que mexem nos livros alheios e começam a fazer perguntas do naipe do Manual prático de bons modos em livraria. Pense comigo: se fazer esse tipo de pergunta é ridículo em uma livraria, imagina numa casa, cujo acervo e conhecimento em geral é limitado.
  • and tem aqueles que soltam comentários do tipo "esse deve ser bom"só pelo título ou pela capa. Resisto para não responder que comprei porque parece ser ruim.
  • and tem aqueles que ao ver livros ainda no plástico logo concluem que ninguém lê na casa, que não leram porque é ruim ou que compram livro de mais, ou todas essas coisas juntas.
  • gente que claramente não leu  o livro (embora declare ter lido) e fica se vangloriando baseado , visivelmente, em uma resenha mal feita que leu por aí.
  • gente que vai para um local onde sabidamente demorará o atendimento, como um consultório médico, e não leva um papel de pão para ler e fica batendo pé, reclamando da vida e olhando com estranheza quem tá lá lindo em calmo lendo um livrinho lindo.

Nenhum comentário: