31 maio 2011

"A difícil vida fácil" - Amara Lúcia


Titulo: A difícil vida fácil - A prostituta e sua condição
Autora: Amara Lúcia
Editora: Vozes
Páginas: 74

A autora se propôs a viver literalmente a vida de um prostituta para escrever a respeito, meio que numa crise de inspiração segundo palavras da própria que no começo do livro dá uma entrevista bem tosca, que até agora fico na dúvida se foi a autora mesmo (que é uma pessoa esclarecida) ou outra moça não alfabetizada. Ela argumenta que não se pode falar sobre a fome sem nunca ter passado fome. Eu particularmente pensava antes de ler o livro e continuo pensando que já tem gente demais passando fome que pode falar com categoria a respeito.

Já tinha lido uns relatos sobre essa triste realidade e achei esse livro muito fraco. A autora tenta dar um ar analítico para seus escritos, inclusive sob os aspectos que ela direciona os capítulos do livro. Mas fica um ar filosófico tão forçado. As vezes parece que ela quer que com leitura das suas “impressões” alguém faça algo para acabar com a prostituição. Mas a sua análise é fraca e limitada, pois ela segundo palavras da própria fala de um curto período (seis meses), numa cidade (Recife) e uns encontros em Salvador e no Rio de Janeiro e diz ainda que sem fazer amizade com outras prostitutas. Como assim? É a história dela isolada nesse universo? tipo “Aconteceu comigo?” e a partir de agora é a “verdade absoluta sobre a vida das prostitutas”??? Ela chega a fazer umas” estatísticas”, que  me deixaram decepcionada com o livro,  como quais são os homens (nacionalidade) mais carinhosos, os mais murrinhas ou o que pagam melhor. Pensei de que adianta essa informação? Só se for para selecionar cliente. No, thanks. Faltou muito realmente falar sobre a condição da prostituta, como o subtitítulo sugere.


 Em vários momentos ela mostra alguma revolta com alguma coisa que não tem necessariamente haver com a temática do livro, só se mostrando rebelde, sei lá. Achei o livro tosco. Ela tem uma escrita articulada, de alguém que estudou e sabe escrever mas ela dá umas filosofadas que artificializa o livro, tem horas que ela tenta poetizar o lance, mas não consegue. O que parece mesmo é que ela se propôs a entrar no meio mas quer escrever como estando “acima” disso. Não gostei não, fica aquela sensação de que não precisava, do começo ao fim do livro

Mas sabe o que foi estranho mesmo nesse livro? Depois de contar pra todo mundo que se prostituiu para escrever um livro a respeito, ela fala que gosta de privacidade para justificar porque ela parece só falar do lado “legal” da prostituição, não relata momentos de sofrimento vividos por ela, só de “faturamento”, não que eu queira ler algo triste, mas não acredito que tenha sido tão normal essa estadia na vida de uma garota de programa.



Janeiro (Infantil): "Alice no país dos espelhos" - Lewis Carroll
Fevereiro (Memórias): "O melhor livro sobre nada" - Jerry Seinfeld
Março (Épico): "O Silmarillion" - J.R.R.Tolkien
Abril (Ficção Científica): "Fortaleza Digital" - Dan Brown

4 comentários:

Palavras Vagabundas disse...

Denise,
não vou ler, rs
Gostei da sua resenha,me pareceu que a escritora quiz escrever "bonitinho" para parecer articulada e não chegou a lugar nenhum.
abs
Jussara

Anônimo disse...

Eu tambem passo, o assunto nao me chama a atencao. Beijos

Vivi disse...

Esse livro leva o prêmio máximo da coisa mais sentido já escrita. Eu, hein?...rs

A resenha tá mais que dez!

Beijocas

Anônimo disse...

Acredito se tratar de uma vivencia compartilhada. A vida deve ter perdido o sentido em dado momento, e vivenciar uma realidade paralela e ainda assim edita-la, nos mostra q até nossas fantasias são imperfeitas, e isso dá sentido a vidda. Gostei do livro.

Alice Sophia.